Qual é afinal o sentido da vida?
Será pra Norte, será pra Sul, será ali prós lados de Curral de Moinas?Estará a vida desprovida de sentido? Quero acreditar que não.
É no entanto cada vez mais difícil encontrar um sentido para a vida, um sentido que não seja nem obrigatório nem proibitivo.


Apenas um sentido que encaixe na nossa maneira de ser e de estar na vida. Um sentido que faça verdadeiramente... sentido!
No outro dia, enquanto estava numa fila de trânsito, dei por mim a pensar o que raio fazia eu ali, parada numa fila de trânsito, à espera. Mas à espera de quê?! Porque diabo estava eu, ali, a desperdiçar largos minutos da minha vida, dentro de um carro, enervada por estar a fazer uma coisa que não me dá gozo rigorosamente nenhum e chateada com os espertinhos que fazem trinta por uma linha para avançar à frente dos que ainda tem alguma ética e um pingo de vergonha na cara. Isto não faz sentido!
Porque é que me levanto todos os dias para para aturar chatos, e resolver chatices, quando não fui eu que criei as chatices, nem contratei os chatos. Porque é que tenho que fazer diariamente uma coisa que não me dá gozo, nem me potencia aquilo que tenho de melhor em mim. Só por causa do dinheiro? Não é ele assim tanto. Será uma imposição pessoal, social? Se calhar também é.
Tudo isto dá muito que pensar, e pensar em tudo isto deixa-me com muito pouco tempo livre para dar atenção ao resto.
Qual é afinal a nossa função enquanto seres humanos? Se sabemos que a vida tem um fim, porque é que teimosamente desperdiçamos a nossa qualidade de vida, porque é que adoptamos o stress, o trabalho, a pressão, as dificuldades em detrimento da felicidade? Porquê?
Não seriamos igualmente felizes com um pedaço de terra de onde conseguissemos tirar aquilo que nos é verdadeiramente indispensável? A comida e o descanço.
Nos tempos que correm é quase impensável imaginar um cenário destes, mas acredito que da maneira que as coisas estão, não demora muito a termos os quintais e as terras novamente cultivados com batatinhas, cebolas, legumes, fruteiras. É que as pessoas estão mesmo a perder poder de compra e começa a ser dificil comprarmos tudo o que precisamos no supermercado. E não seriamos mais felizes assim, a trabalhar para nós?
Achei piada aos Rústicos pelo epicurismo que no primeiro episódio do programa "Zé Carlos" cantaram uma música bem engraçada e que traduz na perfeição aquilo que quero dizer, fiquem com a letra e o vídeo e digam lá que não se sentem um bocado assim?
Lembra-te de comer bem
Beber também
E rir com vontade
Mas melhor do que isto até
É praticar a se-
xualidade
Não percas tempo na estrada
Não serve pra nada
Evita as filas
Arranja uma boa mulher
Ou um gajo qualquer
Se fores larilas
Nós vamos todos falecer
Patinar, bater as botas
Eu vou esticar o pernil
Conviver com as minhocas
Tu vais fechar a pestana
E fazer p'ra sempre ó-ó
Nós vamos passar a ser húmus
Que é uma espécie de cocó
Prova morango e romã
A uva maçã
O figo e a cereja
O mundo tem lindas cores
E belos odores
Menos em Estarreja
Tenta por todos os meios
Viver sem receios
Não há que temer
Quer tenhas ou não tenhas medo
Mais tarde ou mais cedo
Tu vais falecer.
Rústicos pelo Epicurismo
2 comments:
Para uma segunda feira, mesmo que sendo já da parte da tarde, este tema é bastante pesado...
Perguntas destas deviam ser feitas à mesa de um café ou bar, acompanhadas de qualquer bebida espirituosa ou pelo menos um bom chocolate quente.
Mas e não tirando mérito à resposta dos gato fedorentos, até porque eles são responsáveis por umas das maiores verdades ditas nos últimos tempos : quem não gosta do ZÉ CARLOS!É muito estúpido! eu acho que o sentido da vida pode ser variado e devemos ser nós a tentar controlar isso. O dinheiro é importante, tudo gira em torno do mesmo, é a casa, o carro, o portátil, a máquina fotográfica, os sapatos, a mala, as férias... os sugos ou bombocas que se compram apenas porque sim. À nossa volta e diariamente temos necessidade de utilizar dinheiro e às vezes ficamos um pouco dependentes disso mesmo, dessa necessidade de ganhar dinheiro, para gastar.
Problemas em conseguir dinheiro, todos temos, seja ter que aturar o reumático da velhota ou a rebeldia do puto que não quer explicações, mas que a mãe insiste em marcar horas para as mesmas... mas depois ha um outro lado, mais positivo na questão do dinheiro. Quando encontras na rua, um livro que te faz pensar em alguém ou quando descobres uma "merdita" que ate serve para te distraíres num momento de frio e na duvida compras e envias a alguém que lhe acha piada e envia depois uma msg agradecer...
É em pequenas grandes coisas, que o dinheiro deve ser gasto, é a pensar nessas situações que faz sentido acordar mais cedo, fazer uma série de kms ou simplesmente trocar uma tarde sossegada em casa, por um par de horas a tentar convencer alguém da importância da conservação do momento linear ou falar da diferença entre choque elástico ou inelástico...
Não controlamos o inicio ou o final da vida, mas a forma como lidamos com o entretanto é da nossa responsabilidade e conseguir olhar em volta e descobrir algo que nos faça sorrir, seja uma pessoa ou situação é meio caminho para termos um melhor "entretanto".
o segredo está em aceitarmos as oportunidades que encontramos e o truque está em acreditar nas pessoas que conhecemos.
"Quando chegamos ao fim da vida não nos resta nada, excepto as cidades que visitamos, os corpos que amámos e as canções que ouvimos" esta frase foi-me dada a conhecer por uma das pessoas mais especiais e que mais se preocupa com os outros que eu conheço e cada vez que penso na frase, não deixo de pensar que são muitas as situações que não controlámos, mas são igualmente imensas as situações em que dependemos apenas de nós próprios para chegarmos ao final do dia com um sorriso no rosto ou proporcionarmos um sorriso a alguém. Só com sorrisos não se vive, concordo, mas mal não faz e custa tão pouco...
:-)
Bjo grd e deixa-te de pensamentos profundos, obrigas-me a escrever muito depois :D
O que andaram a beber????
Algo vos anda a afectar e isso está a passar-me ao lado!!!
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