Dia de S. pirilimpimpim

Que nojo, ninguém me convidou pra sair.

A esta hora está toda a gente nos restaurantes a comer croquetes apaixonados e manteiguinha derretida de amor enquanto o chefe prepara o prato principal: canja com coraçõezinhos de galinha e fevera com batata a murro (mas murros dados com muito carinho).

Pois é... o dia 14 de Fevereiro é, na minha maneira de ver, uma grande fantuchada. Será que digo isto por não estar apaixonada? Não sei, talvez.

Só sei que hoje toda a gente sente necessidade de ter alguém, sente necessidade de presentear alguém, sente vontade de mimar alguém. Acho muito bem que o façam. Mas façam-no quando sentirem que tem que o fazer e não quando vos é imposto um dia para o fazerem. Dêem beijinhos, beijocas, abracinhos, carinhos, levem a cara-metade a passear, mas não no façam de forma tão prevísivel, tão comercial. Abracem quando sentirem vontade de aconchegar, beijem quando sentirem o beijo a chegar, mordam quando... sentirem que o estômago tem lá dentro um bichinho a roer. Façam-no quando, e se, o sentirem, senão não vale apena. Não é um sentimento genuino, puro.

É engraçado que o Júlio Machado Vaz, no seu programa da antena 1 chamado "o amor é..." dizia que, no dia de hoje, os casais acabavam, com muita ou pouca vontade, agarradinhos no ninho a 'praticar o amor'. É quase inevitável, tem que ser. O que é que fazem duas pessoas que supostamente se amam e que pretendem demonstrar o seu amor... "amam-se". Com muita, pouca, ou até nenhuma vontade, mas a verdade é que "se amam", porque afinal, hoje é o dia dos namorados.